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TARCÍSIO MEIRA CÉSAR
( Pernambuco – Brasil )
( 1941 – 1988 )
Nasceu em Patos (Paraíba), viveu em Recife e no Rio de Janeiro
.
Espírito culto, amante da poesia e dotado de profundos conhecimentos sobre os clássicos universais, ainda em 1959, ao lado de 13 outros jovens poetas paraibanos, participou da coletânea 'Geração 59', editada em João Pessoa, pela Secretaria de Educação e Cultura, cuja manifestação artística, constitui-se num "dos movimentos fundamentais da moderna produção literária paraibana".
Fragmento de http://ozildoroseliafazendohistoriahotmail.blogspot.com/
(...)
Tornou-se Professor substituto de Teoria Política I (1980), na Universidade de Brasília, onde também lecionou Introdução às Ciências Políticas (1981-1984).
Culto, possuidor de uma sensibilidade afetiva bastante acentuada, encontramos, pois, em sua poesia, fragmentos da mais pura e autêntica cultura nacional.
Ao publicar 'Poemas Grotescos', declarou: "meu único intuito ao divulgar estas composições, que denominei 'Poemas Grotescos', foi satisfazer as fantasias que durante toda a vida alimentei com relação à poesia, a qual, para mim à semelhança de Poe, não tem sido uma finalidade, mas uma verdadeira paixão".
SONETO A SI MESMO
Descansaras, enfim, Tarcísio, só.
Morto nas tuas mãos o desengano.
Comediante irreal, caiu-te o pano
Que vai cobrir de escuro o próprio pó.
De nada valerão palavras vãs,
Amores fúteis, sonhos destroçados:
Teus olhos dormirão, já deslembrados
Das madrugadas, todas as manhãs.
As tuas noites, mortas, como queres,
Não mais doerão, extintas das vaidades,
Na ausência de todas as mulheres.
Não terás, quando a mágoa vier,
Molhada das mais rudes frialdades,
Turvar a flor que o corpo te colher".
HIROSCHIMA MEU AMOR
Nas ruas de Hiroschima ainda rodam
cantando a cirandinha nas calçadas
as crianças de luto. E mãos de fadas
as conduzem ao perto e não as tocam,
com medo de magoá-las. Só as brisas
sonham devagarinho em seus cabelos
macios e lhes ofertam caramelos
feitos de tenros gnomos e corizes.
O luto que assim as veste ao meio-dia,
nas ruas incendiadas da cidade,
lembram o canto da morte que dizia:
"Era uma vez... Passou aqui um vento
louco varrido, e em plena claridade,
plantou-se a morte, como um sol nevoento".
( De Agenda Poética do Recife, 1968.)
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Página publicada em maio de 2022
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